quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

ESTAR SOZINHO...

ESTAR SOZINHO...

Não é apenas o avanço tecnológico que
marcou o inicio deste milênio.As relações afetivas também estão
passando por profundastransformações e revolucionando
o conceito de amor.

O que se busca hoje é uma relação
compatível com os tempos modernos,na qual exista individualidade,
respeito,
alegria e prazer de estar junto,e não mais uma relação de dependência,em que um responsabiliza o outro
pelo seu bem-estar.

A idéia de uma pessoa ser o remédio
para nossa felicidade,que nasceu com o romantismo,está fadada a desaparecer
neste início de século.

O amor romântico parte da premissa
de que somos uma fraçãoe precisamos encontrar nossa outra metade
para nos sentirmos completos.
Muitas vezes ocorre até um processo
de despersonalização que,historicamente,
tem atingido mais a mulher.
Ela abandona suas características,para se amalgamar ao projeto masculino.
A teoria da ligação entre opostos também
vem dessa raizo outro tem de saber fazer o que eu não sei.Se sou manso, ele deve ser agressivo,
e assim por diante.

Uma idéia prática de sobrevivência,e pouco romântica,
por sinal.
A palavra de ordem deste século é parceria.Estamos trocando o amor de necessidade,
pelo amor de desejo.Eu gosto e desejo a companhia, mas não preciso,
o que é muito diferente.

Com o avanço tecnológico,
que exige mais tempo individual,as pessoas estão perdendo o pavor
de ficar sozinhas,e aprendendo a conviver melhor
consigo mesmas.Elas estão começando a perceber
que se sentem fração,
mas são inteiras.O outro,
com o qual se estabelece um elo,
também se sente uma fração.Não é príncipe ou salvador de coisa nenhuma.É apenas um companheiro de viagem.

O homem é um animal que vai
mudando o mundo,e depois tem de ir se reciclando,
para se adaptar ao mundo que fabricou.Estamos entrando na era da individualidade,
o que não tem nada a ver com egoísmo.O egoísta não tem energia própria;ele se alimenta da energia
que vem do outro,seja ela financeira ou moral.

A nova forma de amor,ou mais amor,tem nova feição e significado.Visa a aproximação de dois inteiros,e não a união de duas metades.E ela só é possível para aquelesque conseguirem trabalhar
sua individualidade.
Quanto mais o indivíduo for competente
para viver sozinho,mais preparado estará para uma boa
relação afetiva.

A solidão é boa,
ficar sozinho não é vergonhoso.Ao contrário,
dá dignidade à pessoa.As boas relações afetivas são ótimas,são muito parecidas com o ficar sozinho,ninguém exige nada de ninguém
e ambos crescem.

Relações de dominação e de concessões
exageradas são coisas do século passado.Cada cérebro é único.Nosso modo de pensar e agir
não serve de referência para avaliar ninguém. Muitas vezes,
pensamos que o outro é nossa alma gêmea e,na verdade,
o que fizemos foi inventá-lo ao nosso gosto.

Todas as pessoas deveriam ficar
sozinhas de vez em quandopara estabelecer um diálogo
interno e descobrir sua força pessoal.Na solidão, o indivíduo entende
que a harmonia e a paz de espíritosó podem ser encontradas dentro dele mesmo,e não à partir do outro.
Ao perceber isso,ele se torna menos crítico e
mais compreensivo quanto às diferenças,respeitando a maneira de
ser de cada um.

O amor de duas pessoas inteiras
é bem mais saudável.Nesse tipo de ligação,
há o aconchego,o prazer da companhia e o respeito
pelo ser amado.

Nem sempre é suficiente ser
perdoado por alguém,algumas vezes você tem de aprender
a perdoar a si mesmo...

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