quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Usando o estilingue!

Usando o estilingue!


É fácil usar o estilingue; o difícil é ajudar quem errou.
 É fácil descer a lenha no casal irresponsável; o difícil é ir procurá-los e oferecer ajuda. É fácil falar do ladrão que incomoda a vila; o difícil é tentar mudá-lo com amizade e ajuda.
É fácil falar da menina grávida que nem sabe quem é o pai; o difícil é ouvi-la e ajudá-la a enfrentar o drama de seu erro.
É fácil rir dos chifres do marido traído e falar da mulher dele com risos e piadinhas engraçadas; o difícil é ajudar aos dois a se amarem de novo sem mágoas ou novas traições.
 É fácil falar do padre, do pastor, do papa, do bispo, do governante, do político, do rapaz e da menina que aparecem um pouco mais do que nós.
Damos uma estilingada com a língua e pronto, está quebrada a sua luz.
 Pouquíssimos de nós podem dizer que não atirarão pedras em alguém que está por baixo.
Jesus tinha razão ainda esta vez.
A mulher fora surpreendida em adultério e um monte de adúlteros a trouxeram para que Ele os ajudasse a apedrejá-la.
 Só haviam esquecido de trazer o companheiro de adultério, já que, também naquele tempo, era impossível uma mulher praticar o adultério sozinha.
Trouxeram a adúltera e não trouxeram o adúltero.
 Jesus ameaçou desmascará-los.
 Foram todos embora com seus estilingues.
 Ficou a mulher adúltera que Jesus perdoou, mas a quem pediu que nunca mais pecasse. Não atirou a primeira, nem a segunda, nem a centésima pedra.
 Ajudou-a, acolheu-a.
 Conversou com ela. Propôs mudança de vida.
Não sei que lição vamos levar do Evangelho.
O que sei é que eu, você e todos nós, de vez em quando, falamos mal da vida alheia.
 E julgamos e apedrejamos por nossa própria conta homens, mulheres, moças, rapazes, padres, freiras, pastores, políticos, vizinhos e até amigos
. A nossa pedra é sempre a primeira, mesmo quando não fomos os primeiros a atirar. Deixemos de imaginar o pior, o mais errado e o mais sujo dos outros. Seremos melhores e a vida será melhor.
Queimemos nossos estilingues de moleques crescidos.

AUTOR DESCONHECIDO

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