terça-feira, 27 de setembro de 2011

O trem da vida

O trem da vida



Há algum tempo atrás, li um livro que comparava a vida a uma viagem


de trem. Uma leitura muito interessante, quando bem interpretada. Isso


mesmo, a vida não passa de uma viagem de trem, cheia de embarques,


alguns acidentes, surpresas agradáveis em alguns embarques e grandes


tristezas em outros.


Quando nascemos entramos nesse trem e nos deparamos com algumas pessoas que julgamos que estarão sempre conosco: nossos pais.


Infelizmente, isso não é verdade, em alguma estação eles descerão e nos


deixarão órfãos no cominho, amizade e companhia insubstituível... Mas


isso não impede que durante a viagem, pessoas interessantes e que virão a


ser mais que especiais para nós embarquem.


Chegam nossos irmãos, amigos e amores maravilhosos.


Muitas pessoas tomam esse trem apenas a passeio. Outros encontrarão nessa


viagem somente tristeza. Ainda outros circularão pelo trem, prontos a


ajudar a quem precisa. Muitos descem e deixam saudades eternas, outros


tantos passam por este trem de forma que , quando desocupam seu acento,


ninguém sequer percebe.


Curioso é perceber que alguns passageiros que


nos são tão queridos, acomodam-se em vagões diferentes dos nossos,


portanto somos obrigados a fazer esse trajeto separados deles, o que não


impede, é claro, que durante o percurso, atravessemos, mesmo que com


dificuldades, o nosso vagão e cheguemos até eles... só que,


infelizmente, jamais poderemos sentar ao seu lado para sempre.


Não importa, a viagem é assim, cheia de atropelos, sonhos, fantasias,


esperanças, despedidas... porém, jamais retornos. Façamos essa viagem,


então da melhor maneira possível, tentando nos relacionar bem com todos


os passageiros, procurando, em cada um deles, o que tiverem de melhor,


lembrando sempre que em algum momento do trajeto, eles poderão fraquejar


e provavelmente precisaremos entender, pois nós também fraquejamos


muitas vezes e, com certeza, haverá alguém que nos entenderá.


Eu me pergunto se quando eu descer desse trem sentirei saudades... acredito


que sim. Separar-me de algumas amizades que fiz será, no mínimo,


dolorido. Deixar meus filhos continuarem a viagem sozinhos será muito


riste, mas me agarro à esperança de que em algum momento, estarei na


estação principal e terei a grande emoção de vê-los chegar com uma


bagagem que não tinham quando embarcaram... e o que vai me deixar mais


feliz será pensar que eu colaborei para que ela tenha crescido e se


tornado valiosa.


O grande mistério, afinal, é que jamais saberemos em


qual parada desceremos, muito menos nossos companheiros, ou até aquele


que está sentado ao nosso lado. Façamos com que a nossa estada nesse


trem seja tranquila, que tenha valido a pena e que, quando chegar a hora


de desembarcarmos, o nosso lugar vazio traga saudades e boas


recordações para aqueles que prosseguirem a viagem da vida

Nenhum comentário: